Em tempos de pandemia de COVD19 que o esporte como um todo está parado e que a nossa modalidade coletiva é ainda menos permitida. Temos a oportunidade de olhar para a história da modalidade e conhecer e reconhecer quem nos ajudou a chegar até aqui. O floorball tem 23 anos no Brasil, o mesmo que a ABF. Pela história que conhecemos, o esporte chegou ao país com o sueco Marcelo Jönsson, que também foi o primeiro presidente da ABF. Na história da ABF, bem como os líderes de núcleos e equipes eram, do que temos registro, homens.

Aproveitamos a celebração do Dia da Mulher para pesquisar e apresentar um pouco mais sobre a relação das mulheres com o esporte. Hoje, no Brasil, as mulheres estão na quadra e na direção de equipes, na direção e na operação de entidades, conquistando o espaço que desejarem. No mundo, há equipes, ligas e campeonatos dedicados. No Brasil, em competições da ABF, ainda são aceitos times mistos.

Nosso foco desta vez foi em encontrar o primeiro registro de uma mulher vinculada a uma equipe ou núcleo. Nesta busca, acabamos encontrando mais vídeos do que fotos. Com as redes sociais e maior acesso a celulares, os registros no geral, inclusive em vídeo, ficaram mais acessíveis. Acreditamos que há oportunidade para uma pesquisa específica de fotos e de mulheres em ambientes de treino, sem vínculo como uso de uniformes ou em competições. Temos relatos de meninas jogando no Sesc Consolação, em São Paulo, em 1999.

As mina da Arca

O primeiro registro do “Primeiras Minas do Floorball” é em foto, sem data definida, entre 2009 e 2010, no núcleo da Arca das Crianças, hoje Arca. Três mulheres, com idade entre 14 e 18 anos, foram enquadradas em um ambiente com mais pessoas posando para a foto. O ambiente de quadra poliesportiva, com gol de futebol de salão e redes indica que estão em espaço de jogo. Todas de uniforme, cabelo amarrado para jogar, taco em mãos. Este parece ser o primeiro registro de mulheres e floorball numa estrutura organizada.

As primeiras a competir

O segundo registro que temos é da competição Campeonato 4×4, em 2012, o primeiro realizado pela ABF. Em julho de 2012, em São Paulo, equipes de capital paulista, Baixada Santista e Belo Horizonte se reuniram. As equipes Cotiguara e Guariba, proveniente de jogadores com experiência no hóquei na grama, teve duas mulheres em cada equipe. A equipe Cotiguara ficou em segundo lugar.

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Vídeo da competição

Mais mulheres que homens. Mais minas que manos.

O terceiro registro que encontramos aconteceu em 2013, em um treino do Falcões, núcleo e equipe de Campo Largo, Paraná. Um treino só de mulheres, provavelmente com idade entre 14 e 18 anos, em ambiente não escolar, com homens como árbritro e goleiros. Não parecia ser uma competição, mas é o registro com mulheres em idade apta para competições oficiais, jogando em equipes somente de mulheres.

Vídeo do momento

Acreditamos que estes três registros — uniformes, competições oficiais e mulheres com maioria no campo, é o mais perto que chegamos de uma partida com padrões internacionais. Que este momento chegue em breve e que as mulheres brasileiras conquistem muitas vitórias com o floorball.